Lucy e o Triângulo de Afar
Em 1974, foram postos a descoberto, nas jazidas de Afar, na Etiópia, 52 fragmentos ósseos pertencentes ao mesmo indivíduo.
Chamado «Lucy», de uma canção dos Beatles, o Australopithecus afarensis, de seu verdadeiro nome, essa frágil rapariga, ou talvez rapaz, tem sido, desde então, a estrela incontestada de todos os australopitecos. Com cerca de 40% do seu esqueleto, continua, com efeito, a ser a mais bem conhecida dessas pequenas criaturas bípedes. Não espanta, pois, que os paleontólogos, que a descobriram em 1974, tenham conseguido fazer-lhe o retrato.
Lucy, com 20 anos de idade, não era mais alta do que uma criança atual de 6 e viveu há mais de 3 milhões de anos nas florestas da margem do rio Aouache. Caminhando de pé sobre as duas pernas, acontece-lhe por vezes aventurar-se nas savanas ervosas, cheias de perigos, que se estendem para lá da floresta, à qual regressa rapidamente para refugiar-se, e talvez descansar, empoleirada nas árvores.