O reinado de Hamurábi
Cerca de 1750 a.C., Hamurábi, poderoso soberano, conquistador, construtor e letrado, faz da Babilónia a capital da Mesopotâmia.
Após a queda da 3ª dinastia de Ur, em 2003 a.C., a Mesopotâmia, sob a influência dos Amorreus, encontra-se novamente dividida. No Norte, os príncipes assírios tentam impor o seu poder. Mas a personagem mais célebre da época, Shamshi-Addad, que se faz proclamar «o Vencedor do Universo», abate o poder de Acad sem conseguir fundar um império duradouro.
As cidades de Mari, Eshnunna, Larsa e Babilónia não cessam de guerrear-se. No fim, é a Babilónia que leva a melhor, graças à tenacidade, à prudência e à habilidade de Hamurábi, filho de um rei da Babilónia, o primeiro soberano a testemunhar reais capacidades diplomáticas e políticas.
O Reinado de Hamurábi
Hamurábi começa por manter uma reserva prudente em relação à Assíria, respeitando o pacto de aliança que tinha solicitado a Shamshi-Addad. Temível político, abate um a um os seus rivais, semeando a discórdia entre eles, servindo-se deste para esmagar aquele, atacando amanhã o aliado de hoje.
Astuto, excelente diplomata, «avaro em promessas, reticente e preferindo empenhar os seus aliados do que as suas próprias tropas no campo de batalha», Hamurábi, «rei das quatro regiões do mundo», amplia o seu reino com tenacidade e prudência. Em menos de 25 anos, constitui um verdadeiro império que não é apenas a obra de um conquistador, mas também a de um administrador e de um letrado.
A centralização é extrema, ainda que as cidades conservem a sua própria administração, com um conselho de anciãos e um «presidente da câmara». O rei ocupa-se de toda a atividade económica do país, do montante dos salários, do preço das mercadorias, bem como da cobrança de taxas e impostos, da vigilância dos funcionários, da manutenção das vias de água, do abate de árvores e da delimitação dos campos.
O triunfo político de Hamurábi leva ao seu apogeu o poderoso movimento cultural inaugurado por Sargão. As técnicas aperfeiçoam-se, as instituições desenvolvem-se, tal como a lexicografia, a gramática, a matemática, a adivinhação, a medicina e a jurisprudência.